Estranho maniqueísmo

Por Enio Carneiro Nepomuceno

Dentro do contexto da “guerra” suja que se desencadeou pelo controle da comissão de direitos humanos da Câmara dos Deputados, surgem, a todo momento, partindo dos mais diversos segmentos sociais, declarações do tipo: “Feliciano não me representa” ou “Feliciano me representa”. Ninguém é obrigado a fazer tal opção.

O Deputado Marco Feliciano, do PSC, certamente não me representa, como também, sem sombra de dúvida, não me representa o Dep. Jean Wyllys do PSOL. Na verdade, posso dizer que talvez nenhum dos 594 Deputados e Senadores me represente atualmente.

O maniqueísmo fictício que, aparentemente, nos compulsa a escolher entre o grupo dos seguidores do Pastor, que é acusado homófobo (termo mais esquisito) e racismo, e o dos partidários do Ex- Big Brother, homófilo (também não sei se isso existe) e defensor dos direitos dos homossexuais e congêneres, é o próprio retrato do nosso desamparo moral. O fato de se ter que escolher ser ou não representado por figuras cujas trajetórias de vida não inspiram nem trazem quaisquer atos notáveis relacionados a condutas moralmente meritórias é uma