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18/05/2012

Falando dos nordestinos


O racismo é algo atávico porque se torna uma explicação simples e identifica a suposta causa imediata de todas as mazelas. É a ferramenta dos estúpidos.

A sentença proferida pela Justiça, condenando Mayara Petruso por ter manifestado repulsa aos nordestinos, por terem votado em Lula, exige uma meditação. A simplória Mayara nem percebeu que quem elegeu Lula foi a massa dos votos paulista, inumeráveis. Ela é paulista e não é fácil ser nordestino em São Paulo, menos hoje que no passado, penso eu. Eu não votei em Lula e o repudio não por ser nordestino, mas por ser revolucionário populista, pondo em perigo as próprias instituições democráticas, a economia de mercado e a higiene política do Brasil, coisas sobre as quais a Mayara nem pensou. Nem por instinto. Apenas não gosta de nordestinos.

Preconceito antigo. Que é ser nordestino? Nada. E tudo. Não é raça. Nem religião. É tudo porque há um traço característico do nordestino migrante: a miscigenação. Como a cantou Ary Barroso na linda Aquarela do Brasil. Música incompleta, porque a nossa miscigenação é também mameluca e cafuza. Mayara é portadora de preconceito antigo contra os “brasileiros”, que assim eram chamados os mestiços no século XIX, em oposição aos brancos colonizadores, que se consideravam europeus. E atribuíam aos mestiços as más qualidades de

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