Archive for junho, 2012

30/06/2012

O impeachment de Lugo e a reação bolivariana


A pusilanimidade brasileira em relações internacionais não parece se aplicar, entretanto, quando os interesses ideológicos do governo estão diretamente ameaçados.

Uma das pedras de toque da diplomacia brasileira, fruto da própria natureza do Estado tupiniquim, é o respeito pela soberania de nações estrangeiras e pela autodeterminação dos povos (cf. art. 4º, III, da Constituição Federal de 1988). Isso significa praticamente aplicar, em nível de relações exteriores, a máxima que diz que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Claro, há brigas e brigas: em havendo uma sublevação armada que deponha um governo democraticamente formado e aliado do governo brasileiro em um país vizinho, particularmente não vejo muitos dilemas morais quanto a uma eventual decisão de intervenção para interromper o processo revolucionário e auxiliar no restabelecimento da ordem democrática.

Vejamos, por exemplo, os casos da Líbia, da Síria, do Egito e de tantos outros países que, nos últimos dois anos, passaram por descalabros e revoltas. O Brasil, dentre todas as nações que compõem o Conselho de Segurança da ONU (ainda que sem assento permanente), foi o único a adotar uma postura reticente diante desses casos – evitando condenar ou apoiar explicitamente os revoltosos ou os governos contra os quais se levantavam – e, quando interpelado, sacava da manga o

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